Agosto e a tradição do “mês do desgosto” no imaginário brasileiro
Agosto é tradicionalmente lembrado no Brasil como o “mês do desgosto”. A associação está ligada a fatos históricos e a um imaginário popular que atravessa gerações.
Entre os acontecimentos marcantes, destacam-se o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954, e o incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, ocorrido em 1974, que deixou mais de 180 mortos. Além disso, episódios de crises políticas e mortes de figuras públicas ao longo dos anos ajudaram a reforçar a fama negativa do mês.
A crença popular também associa agosto a períodos de mudanças bruscas no clima e ao chamado “mês do cachorro louco”, expressão que remete à maior incidência de cadelas no cio, atraindo cães e provocando brigas entre eles.
Apesar de a ciência não apontar qualquer relação direta entre agosto e acontecimentos trágicos, a tradição se mantém no senso comum, transmitida culturalmente. Para especialistas em história e antropologia, a resistência dessa visão está relacionada à forma como a sociedade lida com a memória coletiva, reforçando a ideia de que determinados períodos carregam simbolismos especiais.
Assim, agosto permanece no calendário brasileiro não apenas como o oitavo mês do ano, mas também como um marco simbólico, cercado por crenças e lembranças que o consolidaram como o “mês do desgosto”.
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