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Comerciantes de Amargosa e Cruz das Almas avaliam cenário sem São João e relembram festas

 

A prefeitura de Amargosa, cidade a cerca de 240 km de Salvador e uma das mais famosas no quesito São João, estima que cerca de R$ 20 milhões deixem de circular na cidade por causa do cancelamento dos festejos juninos no município.

“O São João de Amargosa é a data mais importante para economia local. Tanto para o comércio quanto para o setor de serviços e a gente estima que há uma perda de R$ 20 milhões de recursos, dinheiro que deixa de circular na cidade pela não realização da festa”, explica o prefeito Júlio Pinheiro.

São João é tempo de dançar coladinho e ficar bem próximo um do outro por causa do frio predominante nas cidades do interior baiano. Um cenário, que nem de longe, pode ser vivenciado por causa da Covid-19. Este é o segundo ano que a festa não será realizada devido à pandemia. Além do comércio da cidade, os impactos com cancelamento dos festejos juninos atingem artistas locais, que ficam sem fazer shows, e pessoas que alugam casas. “Aqui, na alternativa local, as pessoas começaram a sair das suas casas e alugar para ter uma renda extra para o ano inteiro”

A moradora Dinalva Pereira conta que este ano ficará sem a renda extra de aluguel de imóveis. Ela fica à frente do aluguel de casas de amigos e outros moradores de Amargosa. Atualmente trabalha em uma academia e contava com as comissões que ganhava do aluguel das casas para começar a construir a casa própria.

“São João dá uma boa renda para todos os setores de Amargosa. O aluguel de casas é bem forte. Então era um extra para mim e para quem aluga casa. Com certeza a pandemia causa todo esse impacto”, revela.

Assim como Amargosa, outras famosas cidades que têm os festejos juninos como ‘carro-chefe’ da economia também resolveram cancelar a festa.

O empresário Bruno Nunes, que atua no ramo de restaurante em Cruz das Almas, cidade a cerca de 150 km de Salvador, opina que o cenário econômico devido à pandemia é nacional. Ele era dono de uma pousada que foi fechada a cerca de 30 dias e o restaurante que possui, precisou investir no delivery para não fechar as portas. Para ele, mais um ano sem São João é preocupante para comerciantes e moradores das cidades do interior da Bahia, inclusive para Cruz das Almas.

“Nosso São João aqui era a nossa Boda de Ouro. A gente tinha um fluxo muito grande. O mês de junho alimentava toda economia A a Z. Não só o ramo de restaurante, mas de hotel, comércio, tudo. Era como se fosse o carnaval em Salvador”, compara.

O vendedor de bebidas Albérico Moraes, de 63 anos também relembra os festejos juninos, principalmente o último São João realizado na Bahia, em 2019. Ele monta barraca no local da festa para vender seus produtos.

“Em 2019, a gente achou que por ser primeiro dia, não ia dar ninguém, mas foi um São João que surpreendeu. As pessoas que iam para outras cidades, pareciam que tinha começado a entrar aqui [Cruz das Almas] e curtir do São João. Eu tinha ido trabalhar apenas com minha filha, porque a gente realmente achava que não ia ter muita gente, mas nesse dia a gente não conseguia nem se olhar dentro da mesma barraca de tanto trabalho”, relembra Albérico, conhecido na cidade como Bel.

Este ano, Bel conta que vai viver da saudade e da esperança de que em 2022 a festa tão esperada pelos baianos, aconteça de forma segura e possa reunir uma multidão.

“Que ano que vem tudo isso acabe para meus colegas e eu voltarmos a trabalhar. A gente também quer ver a alegria das pessoas e a economia girar”, completou.

Fonte: G1

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