Coluna: Glauber Braga escancara a verdadeira face de Hugo Motta
| Foto: reprodução/ Deputada Erika Kokay |
Em agosto, após a prisão de Jair Bolsonaro, deputados ligados à extrema-direita ocuparam fisicamente a mesa da Câmara, em episódio idêntico. A reação do presidente da Casa foi telefonar para o líder do Partido Liberal (PL), Sóstenes Cavalcante, pedindo que os parlamentares desocupassem o espaço. Não foi acatado. Conseguiu uma reunião para discussão de pauta com os ocupantes ilegítimos e acabou resolvendo no diálogo.
Ontem, Hugo Motta fez diferente. Determinou que os jornalistas fossem retirados do plenário, em movimento inédito desde a redemocratização do país. O sinal da TV Câmara foi cortado pela primeira vez em mais de 25 anos. A Polícia Legislativa foi acionada, por sua determinação, para retirar Glauber à força. Ele resistiu, junto com aliados políticos, que acabaram feridos pela ação truculenta dos agentes. No tumulto, jornalistas protestaram e também se machucaram.
A condução da crise por Hugo Motta foi um excesso ainda mais grave do que o cometido por Glauber. Mostrou que o atual presidente da Câmara tem lado, e é o lado do extremismo, do silenciamento, dos coronéis e da burguesia. Basta observar a quantidade de projetos e emendas nocivas ao povo aprovadas por ele e por seu grupo de apoio nos últimos meses, que lhe renderam o apelido de “Hugo não se importa” e ao Congresso a alcunha de inimigo do povo.
O uso seletivo da força, o cerceamento da imprensa e a disposição de agir com violência quando lhe convém revelam um presidente da Câmara disposto a atropelar tudo e todos. Glauber Braga provou seu ponto. Repressão contra a democracia, contra a liberdade de imprensa e contra um mandato popular é inadmissível.
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| Convidado da coluna Hélder |


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