Acelerar áudios no Whatsapp pode provocar ansiedade, alerta especialista
Foto: Felipe Iruatã | Ag. A TARDE |
Quando o Whatsapp anunciou a ferramenta de aceleração de áudios, em maio deste ano, muitos usuários comemoraram e vibraram a novidade, afinal, segundo a própria empresa, este era um dos recursos mais solicitados.
Mas a tentadora novidade apresenta riscos à saúde mental e passou a ser repudiada por profissionais que lidam com o sistema nervoso e psicológico. O motivo é o risco de inflamação de transtorno de ansiedade em quem escolhe ouvir um áudio de 1 minuto em 30 segundos, por exemplo.
A pandemia impactou, de forma geral, a saúde mental das pessoas em todo o mundo. Dados compilados por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam aumento de 90% de pessoas que relataram sintomas como ansiedade e estresse agudo nos primeiros meses, entre março e abril de 2020.
Ao longo do ano, a ansiedade foi o transtorno mais comum entre os brasileiros, encontrado em 86,5% dos entrevistados de uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde.
Mas como a nova ferramenta do Whatsapp, que aparentemente facilita a vida de quem vive sem tempo, pode oferecer riscos à saúde mental? A psicóloga Juciana Barboza Marcel, especializada em ansiedade, depressão e estresse, explica que ouvir um áudio acelerado é um estímulo externo que avisa o sistema para ficar em alerta.
“Então, inconscientemente, você avisa ao sistema nervoso para você ficar acelerado. Mas nós não temos o botão de desliga. Então, é extremamente prejudicial, pois você vai ativar um aceleramento no seu organismo. Você sai do áudio acelerado e continua acelerado”, explica.
O aceleramento do áudio, segundo a psicóloga, deixa a pessoa ansiosa, com a vontade de chegar logo ao final. “E a vida é sobre viver o dia, cada momento. Não posso viver a segunda pensando na sexta. Quantas coisas vou perder se não vivo a segunda, terça, quarta, quinta, sexta? A gente precisa viver os meios e não somente os finais”.
Juciana pontua que a ferramenta é tentadora e o seu não uso é um exercício. “Mas entro em outra questão: o que a gente faz com esse restante de tempo? Pra que queremos tanto ter tempo? A gente quer ter tempo, mas não quer utilizar o tempo? O tempo também não teria que ser utilizado para essas coisas minunciosas, pra viver os meios? Parece que é algo simples, mas não é somente sobre isso, é sobre como a gente vai tendo visão da vida”.
Com o áudio acelerado, o ouvinte elimina detalhes da mensagem passada, perdendo a entonação do remetente, que é desvirtuada ou eliminada e deixa apenas palavras soltas.
“Ou seja, o aceleramento muda até a entonação. Pois você recebeu um comunicado mas, às vezes, não está só nas palavras, vem através da entonação. Por isso é importante a gente percorrer o caminho”.
A especialista destaca que, apesar de intergeracional, a turma “millenial” – que compreende os nascidos entre 1980 e 1994 – é mais afetada com a ferramenta, inclusive pelo comportamento diferente no assunto “áudio no zap”.
“Eu percebo que a geração mais prejudicada é a millenial, pois ela está no mercado de trabalho. A Z não é adepta a áudios, do contrário, odeia. A gente ainda não, ainda precisamos do áudio”. (A Tarde)
Mas a tentadora novidade apresenta riscos à saúde mental e passou a ser repudiada por profissionais que lidam com o sistema nervoso e psicológico. O motivo é o risco de inflamação de transtorno de ansiedade em quem escolhe ouvir um áudio de 1 minuto em 30 segundos, por exemplo.
A pandemia impactou, de forma geral, a saúde mental das pessoas em todo o mundo. Dados compilados por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam aumento de 90% de pessoas que relataram sintomas como ansiedade e estresse agudo nos primeiros meses, entre março e abril de 2020.
Ao longo do ano, a ansiedade foi o transtorno mais comum entre os brasileiros, encontrado em 86,5% dos entrevistados de uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde.
Mas como a nova ferramenta do Whatsapp, que aparentemente facilita a vida de quem vive sem tempo, pode oferecer riscos à saúde mental? A psicóloga Juciana Barboza Marcel, especializada em ansiedade, depressão e estresse, explica que ouvir um áudio acelerado é um estímulo externo que avisa o sistema para ficar em alerta.
“Então, inconscientemente, você avisa ao sistema nervoso para você ficar acelerado. Mas nós não temos o botão de desliga. Então, é extremamente prejudicial, pois você vai ativar um aceleramento no seu organismo. Você sai do áudio acelerado e continua acelerado”, explica.
O aceleramento do áudio, segundo a psicóloga, deixa a pessoa ansiosa, com a vontade de chegar logo ao final. “E a vida é sobre viver o dia, cada momento. Não posso viver a segunda pensando na sexta. Quantas coisas vou perder se não vivo a segunda, terça, quarta, quinta, sexta? A gente precisa viver os meios e não somente os finais”.
Juciana pontua que a ferramenta é tentadora e o seu não uso é um exercício. “Mas entro em outra questão: o que a gente faz com esse restante de tempo? Pra que queremos tanto ter tempo? A gente quer ter tempo, mas não quer utilizar o tempo? O tempo também não teria que ser utilizado para essas coisas minunciosas, pra viver os meios? Parece que é algo simples, mas não é somente sobre isso, é sobre como a gente vai tendo visão da vida”.
Com o áudio acelerado, o ouvinte elimina detalhes da mensagem passada, perdendo a entonação do remetente, que é desvirtuada ou eliminada e deixa apenas palavras soltas.
“Ou seja, o aceleramento muda até a entonação. Pois você recebeu um comunicado mas, às vezes, não está só nas palavras, vem através da entonação. Por isso é importante a gente percorrer o caminho”.
A especialista destaca que, apesar de intergeracional, a turma “millenial” – que compreende os nascidos entre 1980 e 1994 – é mais afetada com a ferramenta, inclusive pelo comportamento diferente no assunto “áudio no zap”.
“Eu percebo que a geração mais prejudicada é a millenial, pois ela está no mercado de trabalho. A Z não é adepta a áudios, do contrário, odeia. A gente ainda não, ainda precisamos do áudio”. (A Tarde)
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